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2012 - Livro Vermelho 2013

Tropaeolum warmingianum Rohrb. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 06-08-2012

Criterio: B2ab(ii,iii,iv)

Avaliador: Diogo Marcilio Judice

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Tropaeolaceae warmingianum apresenta ampla EOO (191.879,91 km²), porém AOO (20 km²) restrita. Estima-se que a espécie esteja sujeita a, pelo menos, cinco situações de ameaça. Da mesma forma, suspeita-se que sua AOO esteja em declínio contínuo, tendo em vista as altas taxas de perda de Mata Atlântica e a degradação do bioma Cerrado. Mesmo em registros de herbário, pode-se constatar o histórico de perda de qualidade de hábitat em locais de ocorrência da espécie. Portanto, a espécie enquadra-se na categoria "Em perigo" (EN).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Tropaeolum warmingianum Rohrb.;

Família: Tropaeolaceae

Sinônimos:

  • > Tropaeolum warmingianum subsp. warmingianum ;
  • > Tropaeolum glaziovii ;
  • > Tropaeolum warmingianum var. glaziovii ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Descrita em Fl. Bras. (Martius) 14(2): 227. 1872.

Distribuição

Ocorre nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná (Souza, 2012) e Rio de Janeiro(Souza; Souza, 2002).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas anuais, ascendentes ou prostradas; coletada com flores em outubro (Souza; Souza, 2002).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade high
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Severidade high
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Espécie considerada "Extinta" (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- SOUZA, V.C. Tropaeolum warmingianum in Tropaeolum (Tropaeolaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB032946>.

- OLIVEIRA, C.T.STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Tropaeolaceae. 2009. 487 p.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 147-155, 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 132-138, 2005.

- SOUZA; J.P.; SOUZA, V.C. Tropaeolum (Tropaeolaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; GIULIETTI, A.M.; MELHEM, T.S.; BITTRICH, V.; KAMEYAMA, C. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. p.347-348, 2002.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Como citar

CNCFlora. Tropaeolum warmingianum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tropaeolum warmingianum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 06/08/2012 - 19:43:21